O templo de Jerusalém não era apenas um local de culto, era o centro onde se misturavam economia, política e religião em Israel. Lucrava muito com arrecadação de impostos, tendo cerca de 1 milhão de contribuintes cadastrados, dentro e fora da Palestina. Além disso, também lucrava com o sacrifício diário de animais (bois, carneiros e pombos), criados por grandes proprietários de terras ligados às famílias sacerdotais. Calcula-se que, na época de Jesus, na páscoa, foram imolados, em suas dependências mais de 250 mil cordeiros.
Para pagar pelos animais que a serem sacrificados, os fiéis eram obrigados a trocar o dinheiro corrente, altamente inflacionado, pela tetradracma tíria, uma moeda forte, cunhada na fenícia, que não sofreu nenhuma desvalorização num período de 300 anos. Os cambistas cobravam ágio de 8% pela operação e formavam uma máfia poderosa, mancomunada com a elite sacerdotal. Quando expulsou os vendedores de animais e cambistas do templo, Jesus bateu de frente com essa rede econômica. E esse confronto foi a principal causa de sua condenação.
E será que a igreja de hoje é diferente da igreja daqueles tempos?
Ou ainda continuam sendo um centro econômico, político e religioso?